Como pensamos o outro?

⌚︎ 3 min.

Learning resource

Como pensamos o outro?

Este método consiste na identificação das opiniões de jovens sobre o "outro-diferente". Inclui um debate sobre as razões porque vemos alguém que é diferente de nós de forma negativa.
Proposal for use
Prevention of radicalisation
Grupo alvo
Estudantes em situação de vulnerabilidade económica e social.
Pedagogical method
Moderated discussion
Objectives
  • Identificar as conceções explícitas e implícitas dos jovens estudantes relativamente ao "Outro"; 
  • Promover a reflexão entre estudantes sobre os desafios que a Diversidade nos coloca.
Description

Parte I

A sessão de aplicação do método começa com a apresentação de duas tiras de banda desenhada, cada uma delas abordando dois grupos socialmente tidos como desfavorecidos de alguma forma: as mulheres e as pessoas pobres. O facilitador apresenta a dinamica ao grupo.  

Piece 1

Piece 2

O desafio é que os participantes procurem categorizar as formas como eles próprios concetualizam o "Outro", com o apoio do/a professor(a)/facilitador(a), em categorias de "posições de conflito" e "posições de confiança" relativamente ao "outro" (neste caso, sobre a posição das mulheres em sociedades e pessoas pobres). 

Possível estratégia: os estudantes identificam3 a 4 tipos de "Outro" que reconhecem no seu dia-a-dia e explicam a relação que têm com elementos desse grupo de "Outros". Mesmo que não concordem com as categorias, podem identificar outras e explicar.

Parte II - Debate

Após a identificação dos pré-conceitos de estudantes em relação à forma como pensam o "Outrro", deve ser promovido um debate sobre as categorias definidas. 

 

Porquê este método? 

O Outro e o modo como se pensa a alteridade estão no cerne de todos os grandes desafios da civilização contemporânea, e de todos os problemas atuais, sejam eles individualizados numa relação a dois ou tornados coletivos numa dimensão inter estatal. É por essa dimensão charneira, no âmbito da ética, que a alteridade precisa ser traduzida de forma a tornar-se um conceito operativo, isto é, um conceito capaz de iluminar a praxis e as práticas.

As duas posições filosóficas que marcaram o debate sobre o outro no rescaldo da II guerra mundial pressupõem os conceitos fundamentais para poder pensar-se o outro ( identidade, relação, diferença e reconhecimento) e organizam um mapa conceptual em que a relação “si mesmo-outro” assenta numa dimensão básica de conflito (Sartre, 1979) ou se configura como a possibilidade da confiança (Ricouer, 1997).

É por isso essencial usar as representações que se têm do outro como modo de “entrar” na reflexão sobre a ética e de promover o pensamento sobre a diversidade imensa das relações humanas que se sustentam em formas mais básicas de representação do outro: um estranho; um inimigo; um “andaime”; um espelho; um par. Igualmente a condição de utilidade que é frequentemente associada ao outro, justifica ações que frequentemente o reduzem à condição de objeto, de que as relações de poder são exemplo. Importa, assim às escolas desafiar os seus alunos a olhar para os desafios atuais que a contemporaneidade nos/lhes coloca e identificar no modo como se olha a alteridade, os desvios e as possibilidades de uma acão  relevante. São, entre outros, desafios atuais, pensar :

1 – a ideia da intimidade e dificuldades associadas – ex -a violência doméstica nas relações de intimidade (VDRI)

2 –a ideia da construção relacional da identidade dos sujeitos e dificuldades associadas – ex: o bullying.

3 –a ideia da cooperação e dificuldades associadas - ex –o terrorismo ( Derrida & Habermas, 2003).

Human and material resources

Um a dois facilitadores. 

Evaluation of the learning process

Através quer do debate quer da consequente avaliação, os facilitadores/professores devem compreender se os objetivos foram alcançados e se os participantes desenvolveram maior consciencialização sobre a questão do "Outro". Os facilitadores/professores devem pedir aos participantes para escreverem, de forma anónima, as principais aprendizagens realizadas durante estas sessões sobre Alteridade e o "Outro".  

Suggestions for follow-up

Em uma outra sessão, os estudantes devem discutir situações em que algumas pessoas são consideradas como sendo o "outro", de forma negativa. Podem ser situações retiradas dos meios de comunicação social, de filmes ou da literatura.  

Type
Text
Pedagogical modalities
Discussion within classroom
Number of participants
15 a 20 pessoas
Duration
2 horas
Cost
Nenhum
Creators
Universidade do Porto
Date of creation
Language(s) available

English

French

Slovenian

Portuguese, Portugal

German

Romanian

Spanish

Italian

Dutch

Keywords
Alteridade
Representações pessoais
Diversidade
Pluralismo
o "Outro"